Aiatolá Iraniano Emite Fatwa Contra Presidentes dos EUA e de Israel

O Grande Aiatolá Naser Makarem Shirazi, uma das mais altas autoridades clericais xiitas do Irã, emitiu um decreto religioso, ou fatwa, contra o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. A fatwa declara ambos os líderes como “mohareb”, um termo islâmico que se traduz como “inimigo de Deus” ou aquele que trava guerra contra Alá. A publicação do decreto foi realizada por veículos de comunicação estatais e ligados à Guarda Revolucionária do Irã, conferindo peso oficial à declaração e elevando a tensão no cenário geopolítico.

O texto do decreto acusa os líderes de ameaçarem o Aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do Irã, e outras figuras religiosas, conclamando os muçulmanos em todo o mundo a “confrontar os perpetradores de tais ameaças”. De acordo com o sistema legal iraniano, que é baseado na lei islâmica (Sharia), a acusação de “mohareb” é uma das mais graves e pode ser punida com execução, crucificação ou outras penas severas. A emissão da fatwa ocorreu após um período de conflito militar direto, que incluiu ataques de Israel e dos EUA a instalações nucleares iranianas, seguidos por retaliação de Teerã.

Analistas internacionais interpretam a medida como uma escalada retórica significativa, que visa unificar os apoiadores do regime iraniano contra o que percebem como agressão externa e ameaças à sua liderança. A fatwa serve tanto como uma mensagem de desafio para a comunidade internacional quanto um aviso contra a dissidência interna. O precedente mais conhecido de uma fatwa com implicações globais foi o decreto de 1989 contra o escritor Salman Rushdie, o que demonstra que tais editos religiosos podem inspirar ações violentas por parte de seguidores, representando uma ameaça concreta para os indivíduos visados.

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