Fraudes no INSS: Descontos Ilegais e a Crise no Governo Lula

Um esquema de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), descoberto pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU), revelou descontos indevidos de R$ 6,3 bilhões em aposentadorias e pensões entre 2019 e 2024. As investigações apontam que associações e sindicatos, com acordos de cooperação técnica com o INSS, realizavam descontos sem autorização dos beneficiários, utilizando assinaturas falsificadas. O caso culminou na demissão do então ministro da Previdência, Carlos Lupi, em maio de 2025, após pressão política e críticas por demora na resposta às denúncias.

As fraudes, que começaram a ser investigadas em 2023 pela CGU, intensificaram-se a partir de 2019, com pico em 2023 e 2024, já no governo Lula. Apesar de alertas recebidos desde junho de 2023, Lupi foi criticado por levar quase um ano para agir, conforme revelado por atas do Conselho Nacional de Previdência Social. A operação “Sem Desconto” resultou na prisão de seis suspeitos, no afastamento de servidores, incluindo o ex-presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e na suspensão de todos os acordos com entidades associativas. O governo anunciou medidas para ressarcir os prejudicados, mas ainda não definiu prazos.

O escândalo gerou disputas políticas, com o governo Lula atribuindo a origem das fraudes ao governo Bolsonaro, enquanto a oposição destaca a demora na ação da atual gestão. Até 9 milhões de beneficiários podem ter sido afetados, e o INSS planeja notificá-los para confirmar os descontos indevidos. A implementação de biometria e o bloqueio de novos empréstimos consignados são algumas das medidas adotadas para evitar novas fraudes, mas a crise continua a gerar desgaste político e pressão por uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).

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