Tarifas dos EUA ao Brasil: Diretor da Casa Branca Cita Processo contra Bolsonaro como Motivo

O diretor do Conselho Econômico Nacional da Casa Branca, Kevin Hassett, afirmou que as tarifas de 50% impostas pelo presidente Donald Trump às importações brasileiras são motivadas, em parte, pelo que ele descreve como “perseguição” ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que enfrenta julgamento por suposta tentativa de golpe após as eleições de 2022. A decisão, anunciada em 9 de julho de 2025, também cita desequilíbrios comerciais e ordens judiciais brasileiras contra plataformas digitais americanas, apesar de os EUA terem um superávit comercial de US$ 7,4 bilhões com o Brasil em 2024.

Hassett, em entrevista à ABC News, defendeu as tarifas como parte de uma estratégia mais ampla de política comercial, mas enfrentou questionamentos sobre como a situação judicial de Bolsonaro poderia justificar uma medida econômica contra um parceiro comercial. As tarifas, que entrarão em vigor em 1º de agosto, representam uma escalada significativa em relação à taxa de 10% anteriormente imposta em abril. O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, respondeu prometendo reciprocidade com base na Lei de Reciprocidade Econômica do Brasil, destacando a soberania do país e a independência de seu Judiciário.

A medida gerou preocupações sobre impactos econômicos, especialmente para setores brasileiros como aço, café e carne, que dependem do mercado americano. Analistas sugerem que a ação pode ter consequências políticas, potencialmente beneficiando Lula ao reforçar um discurso de soberania nacional, enquanto a base de apoio de Bolsonaro tenta capitalizar o endosso de Trump. A tensão reflete o uso de tarifas como ferramenta de pressão política, uma prática que marca a estratégia econômica de Trump em seu segundo mandato.

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