Empresas Pedem ao Governo que Evite Retaliação Comercial aos Estados Unidos

Representantes de importantes setores da indústria e do agronegócio brasileiro reuniram-se com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, para solicitar que o governo evite qualquer medida de retaliação contra os Estados Unidos. O apelo ocorre em resposta à ameaça do governo norte-americano de aplicar uma sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto. Os empresários defenderam a via da negociação e expressaram confiança na capacidade do governo de encontrar uma solução diplomática, pedindo um adiamento do prazo para permitir discussões técnicas mais aprofundadas.

O principal argumento do setor produtivo é que uma retaliação brasileira poderia desencadear uma guerra comercial prejudicial à economia nacional. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) estima que as tarifas podem causar a perda de 110 mil empregos no Brasil e impactar negativamente o Produto Interno Bruto (PIB). Setores como os de carnes, café, aço e aeronaves seriam diretamente afetados. Os executivos ressaltam que muitos insumos importados dos EUA são essenciais para a produção nacional e uma sobretaxa a esses itens aumentaria os custos para as próprias indústrias brasileiras.

O governo brasileiro, por sua vez, busca construir uma estratégia conjunta com o setor privado. Alckmin afirmou que o Brasil tentará resolver a questão por meio do diálogo antes do prazo final e que reuniões com empresas e câmaras de comércio norte-americanas também estão nos planos. Ele destacou a “complementaridade” econômica entre os dois países, citando o exemplo do aço: o Brasil compra carvão siderúrgico dos EUA para produzir aço semiacabado, que é então exportado de volta para a indústria americana. Embora o governo tenha regulamentado a Lei de Reciprocidade, que permite retaliar comercialmente, a prioridade declarada é esgotar todas as vias de negociação para reverter as tarifas.

Fontes