Economia: Brasil se aproxima da metade mais pobre do planeta

Apesar de o Brasil se posicionar frequentemente entre as maiores economias do mundo em termos de Produto Interno Bruto (PIB) total, a realidade econômica para o cidadão médio é distinta. Dados do final de 2024 indicam que o PIB per capita brasileiro, que é a riqueza gerada pelo país dividida por sua população, equivale a cerca de 76% da média mundial. Este indicador, que atingiu aproximadamente US$ 9.564, sugere que o rendimento médio no Brasil está significativamente abaixo do patamar global, aproximando o país da metade menos rica do planeta. Essa métrica oferece uma perspectiva mais clara sobre o bem-estar econômico individual do que o volume total do PIB.

A profunda desigualdade de renda interna agrava esse cenário. Embora o rendimento médio domiciliar per capita tenha alcançado um recorde na série histórica em 2024, chegando a R$ 2.020, a distribuição desses recursos permanece extremamente desigual. Segundo o IBGE, no mesmo ano, os 10% mais ricos da população auferiam uma renda 13,4 vezes superior à dos 40% mais pobres. Isso significa que uma parcela expressiva de brasileiros vive com um rendimento muito inferior à média nacional, que já se encontra abaixo da média global, evidenciando o desafio estrutural que a concentração de riqueza impõe ao desenvolvimento socioeconômico do país.

A economia brasileira demonstrou um crescimento robusto de 3,4% em 2024, um dos melhores resultados entre os países analisados pela OCDE, e as projeções para 2025 apontam para uma expansão entre 2,2% e 2,4%. Contudo, mesmo com o crescimento e uma melhora nos índices de desigualdade, que atingiram o menor nível desde 2012, o patamar do PIB per capita continua sendo uma barreira para a melhoria da qualidade de vida da população em geral. A combinação de um rendimento médio inferior ao global e a persistente concentração de renda mantém o Brasil distante do nível econômico das nações desenvolvidas.

Fontes