Debate sobre Uso do Termo 'Extrema-Direita' na Imprensa Brasileira Ganha Destaque

A discussão sobre o emprego do termo “extrema-direita” na cobertura jornalística brasileira tem gerado debates entre analistas de mídia e o público. O jornalista Ricardo Feltrin, por exemplo, criticou o que considera uma aplicação generalizada e, por vezes, imprecisa do rótulo a qualquer vertente política que se oponha a pautas de esquerda. Em suas análises, Feltrin argumenta que o uso indiscriminado do termo por parte da imprensa pode levar a uma simplificação do debate público e à estigmatização de determinados grupos políticos, sem aprofundar as nuances de suas ideologias.

A cobertura da Globonews e de outros veículos sobre o cenário político nacional e internacional frequentemente emprega a classificação de “extrema-direita” para descrever certos partidos, líderes e movimentos. Analistas de mídia apontam que o uso do termo se intensificou globalmente com a ascensão de figuras políticas que desafiam as ordens liberais estabelecidas. No contexto brasileiro, a aplicação do conceito é frequentemente associada a apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, sendo justificada por seus defensores como uma forma precisa de caracterizar ideologias que apresentam traços autoritários, nacionalistas e populistas.

O debate em torno da terminologia reflete uma disputa de narrativas e a dificuldade de encontrar um consenso sobre a classificação do espectro político contemporâneo. Enquanto alguns jornalistas e acadêmicos defendem o uso de “extrema-direita” como uma ferramenta analítica válida para descrever fenômenos políticos específicos, outros alertam para o risco de banalização e imprecisão. A discussão evidencia a complexidade do papel da imprensa em nomear e contextualizar os atores políticos, buscando um equilíbrio entre a clareza informativa e a objetividade.

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