Hugo Mota Ameaça Suspender Oposição por Obstrução no Plenário

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Mota, elevou o tom contra a oposição e ameaçou solicitar a suspensão de mandato, por até seis meses, de parlamentares que impedissem a realização das sessões legislativas. A advertência ocorreu após deputados oposicionistas ocuparem a Mesa e o plenário da Casa, em um protesto iniciado na terça-feira (5 de agosto de 2025) contra a ordem de prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, decretada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Mota convocou a sessão do plenário para a noite de quarta-feira (6), afirmando que não aceitaria a paralisação dos trabalhos.

A ocupação dos plenários da Câmara e do Senado foi uma estratégia da oposição para obstruir as votações e pressionar por pautas como a anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro e a abertura de processos de impeachment contra ministros do STF. Em resposta, Mota afirmou que poderia acionar a Polícia Legislativa para garantir o acesso ao plenário e o andamento das atividades. Enquanto isso, no Senado, o presidente Davi Alcolumbre optou por uma solução diferente, convocando uma sessão em formato remoto para evitar o confronto direto e garantir a votação de matérias de interesse do governo.

A decisão de Mota de manter a sessão presencial e ameaçar com punições expôs a crescente tensão entre o governo e a oposição no Congresso Nacional. Líderes da oposição declararam que manteriam a obstrução por tempo indeterminado, organizando um rodízio de parlamentares para manter a ocupação contínua no plenário. O impasse instalou um clima de confronto, com o presidente da Câmara classificando a atitude dos opositores como uma “chantagem” e uma tentativa de parar a atividade parlamentar “à força”, evidenciando a profunda divisão política e os desafios para o funcionamento regular do Legislativo.

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