Congresso dos EUA Aprova Amplo Pacote de Cortes de Impostos e Aumento de Gastos

O Congresso dos Estados Unidos finalizou a aprovação de um vasto projeto de lei que combina extensos cortes de impostos com aumentos de gastos em segurança. A legislação, que passou por votações apertadas na Câmara dos Representantes e no Senado, torna permanentes os cortes de impostos individuais e empresariais implementados em 2017, que estavam programados para expirar. Adicionalmente, o pacote introduz novas deduções fiscais temporárias, incluindo a isenção de impostos sobre gorjetas e horas extras, e eleva o crédito tributário por filho de $2.000 para $2.200. A aprovação ocorreu após o Senado passar a medida com um voto de desempate do vice-presidente e a Câmara confirmar a versão final, enviando o projeto para a sanção do presidente Donald Trump.

O projeto, com cerca de 900 páginas, aloca aproximadamente $350 bilhões para as pautas de segurança nacional e de fronteira da administração. Esses recursos incluem mais de $46 bilhões para a construção de um muro na fronteira com o México e $45 bilhões para expandir a capacidade dos centros de detenção de imigrantes, visando um plano de deportação em massa. O projeto também financia a contratação de 10.000 novos agentes de imigração e reforça o orçamento do Pentágono com verbas para construção naval, sistemas de munições e $25 bilhões para o desenvolvimento de um sistema de defesa antimísseis. Para compensar parte dos custos, a legislação implementa novas exigências de trabalho para beneficiários do Medicaid (serviço de saúde para baixa renda) e do programa de vale-refeição (SNAP).

A legislação gerou um forte debate sobre seu impacto fiscal e social. Apoiadores, incluindo a liderança republicana, argumentam que os cortes de impostos, estimados em $4.5 trilhões ao longo de uma década, estimularão o crescimento econômico e beneficiarão as famílias trabalhadoras e empresas. Críticos, por outro lado, apontam para a análise do Escritório de Orçamento do Congresso (CBO), que projeta um aumento de cerca de $3.3 trilhões na dívida federal na próxima década. Figuras do mercado financeiro e economistas expressaram preocupação com o aumento do déficit em um período de relativa estabilidade econômica, enquanto opositores democratas criticaram o projeto como um benefício para os mais ricos que poderá resultar na perda de cobertura de saúde e auxílio alimentar para milhões de pessoas.

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