Debate sobre Regulação de Redes Sociais Aquece com Decisão do STF
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EmPoucosMinutos
- 28 Jun, 2025
A frase “sem regulação, os 213 milhões de brasileiros se tornariam pequenos tiranos soberanos” encapsula um dos principais argumentos no debate sobre a moderação de conteúdo na internet. A ideia central, defendida por juristas como o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, é que a ausência de regras claras para o ambiente digital pode transformar a liberdade de expressão em uma ferramenta para ataques, desinformação e discursos de ódio, prejudicando a própria democracia. Essa discussão ganhou força com a recente decisão do STF, que em junho de 2025, estabeleceu a responsabilidade civil das plataformas por não removerem conteúdos ilícitos de forma proativa, alterando a interpretação do Artigo 19 do Marco Civil da Internet.
O julgamento do STF ocorreu em meio à lenta tramitação no Congresso Nacional do Projeto de Lei 2630, conhecido como PL das Fake News. A decisão da Corte foi vista como uma resposta à inércia do Legislativo em estabelecer um marco legal para o setor. A nova tese do Supremo determina que as plataformas devem remover, após notificação extrajudicial, conteúdos que configurem crimes graves, como incitação a atos antidemocráticos, terrorismo, crimes de ódio e contra crianças e adolescentes. Para alegações de crimes contra a honra, como calúnia e difamação, a remoção ainda depende de ordem judicial, um ponto que visou equilibrar as diferentes posições entre os ministros.
A questão polariza a sociedade e especialistas. De um lado, defensores da regulação afirmam que ela é indispensável para proteger os cidadãos e as instituições de abusos e da disseminação de informações falsas, responsabilizando as grandes empresas de tecnologia. Do outro lado, críticos e associações de defesa da liberdade de imprensa expressam o temor de que a regulação, seja pelo Judiciário ou pelo Legislativo, possa resultar em censura prévia, limitando o debate público e a livre circulação de ideias. O desafio, portanto, reside em encontrar um modelo regulatório que coíba a ilegalidade sem ferir os princípios fundamentais da liberdade de expressão.
Fontes:
- Agência Brasil: https://agenciabrasil.ebc.com.br/justica/noticia/2025-06/stf-decide-que-redes-devem-ser-responsabilizadas-por-conteudos-ilegais
- CNN Brasil: https://www.cnnbrasil.com.br/politica/stf-forma-tese-para-responsabilizar-big-techs-por-conteudos-de-terceiros/
- CNN Brasil: https://www.cnnbrasil.com.br/politica/barroso-diz-que-stf-julga-redes-por-falta-de-lei-aprovada-pelo-congresso/
- GZH: https://gauchazh.clicrbs.com.br/tecnologia/noticia/2025/06/como-a-decisao-do-stf-impacta-as-redes-sociais-cmcdyw8lc01vi0156vk9ffn4c.html
- InfoMoney: https://www.infomoney.com.br/brasil/barroso-defende-regulacao-de-ia-e-diz-que-stf-nao-esta-legislando-sobre-redes-sociais/
- Migalhas: https://www.migalhas.com.br/quentes/433462/stf-redes-respondem-por-posts-mesmo-sem-ordem-judicial-veja-tese
- Notícias STF: https://noticias.stf.jus.br/postsnoticias/stf-define-parametros-para-responsabilizacao-de-plataformas-por-conteudos-de-terceiros/
- VEJA: https://veja.abril.com.br/coluna/maquiavel/stf-aprova-novas-regras-para-controle-de-conteudo-ilegal-nas-redes/